"Não se trata de biblismo místico e dogmatizante, longe disso. Mas de descobrir, pelo estudo profundo dos fundamentos doutrinários e por uma visão progressista da cultura espírita, o quanto a hermenêutica pode adquirir uma explanação confortadora e luminosa, motivadora de uma vivência saudável. Esse estudo, seguido de uma meditação, em ambientes apropriados de nossos centros espíritas, constituirá lídimas iniciativas de maturidade espiritual, será alento imprescindíveis à nossa caminhada, será o mergulho na intimidade donde extrairemos refazimento e sintonia com as forças superiores da vida.
A questão decisiva é a vivência." - Cícero Pereira

"Evangelho: ética para o Terceiro Milênio" - Seara Bendita - Wanderley Oliveira/Maria José C. Soares de Oliveira, Editora Dufaux

sábado, 16 de novembro de 2013

Contribuições na obra de Deus


Que fazemos pela Vida? É uma pergunta simples, não é? Mas mesmo simples, ela nos pode ser reveladora. Por nos clarear de nossa participação no viver, na Vida, enfim.

A Doutrina Espírita é uma das disciplinas espirituais que nos fala da pluralidade das existências, da reencarnação, da imortalidade da alma. E, assim educando-nos sobre estes assuntos, ela, nos colocar a par de uma enormidade de percepções que, talvez,se não matriculados em suas escolas, de outra forma tão simples e claras, nós não as teríamos.

Sempre penso que, a vida e o viver são atitudes simples. Que talvez percebamos suas sutilezas de forma  automática, sem percebermos com maior consciência, o que se esconde por trás das manifestações próprias do existir.

Nascemos, vivemos, nos reproduzimos e, morremos. Aparentemente, um processo linear, destituído de maiores acontecimentos, não é? Talvez, para alguns, seja assim. E, essa foi por muito tempo a visão da ciência, até o desenvolvimento de partes da própria ciência; tidas como partes imutáveis, como foi a Física, que chegou a delimitar o próprio átomo, como indivisível. Foi a Física, a primeira a reconhecer que havia "algo à mais" a ser percebido. E, é para ser assim, já que a Física, estuda a natureza em suas diversas manifestações, para não ir mais longe no conceito. Que pode ser melhor pesquisado depois.*

Então, a vida caminha, se move, se auto-modela, mesmo que, imperceptivelmente, para um modo mais aperfeiçoado. No conceito de Lavoisier de que: "na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma."

Então, se tudo se transforma, onde estamos nesse processo transmutativo? Em que parte dele estamos situados? Já que, não estamos ao léu, soltos na imensidão do Universo, que tem leis de equilíbrio e harmonia. Que enchem de grande os olhares dos mais simples aos mais renomados e sábios cientistas.

Precisamos nos questionar, onde estamos? E melhor, como estamos? Nos recordo que, a finalidade da vida é nos colocar par a par com nossa divindade e, fazê-la entrar em ressonância com o próprio Deus que rege a todos nós.

Perguntas como estas, nos direcionariam e nos colocariam mais conscientes do trajeto. E, sabendo o trajeto, de suas extensões, quilometragem e desafios. Nos fica, mais fácil, saber que bagagem transportar. Fácil fazer previsões, que meios utilizar nessa viagem, que aqui, metaforicamente, nos serve de ilustração para nosso pensamento.

A vida é sempre mestra. É a mestra cotidiana que, silenciosa, nos convida ou direciona ao Bem. E, não há como ser diferente.

E, nos somos parte inteligente dessa vida. Somos capazes de proporcionar gigantescas transformações, externas e internas, na Natureza. Algumas benéficas, outras nem tanto. Mas só, ainda, não aprendemos a transformar a nós mesmos, na quantidade e qualidade que já devíamos. Houve da parte de nós, um infeliz esquecimento da contraparte nossa. Que deveria contribuir sempre com a vida, nos caminhos da família, da sociedade, da humanidade, enfim.

O egoísmo nos venceu, em algum ponto e, optamos por segui-lo. É hora de uma retomada de caminho, de valores.

O egoísmo é insustentável. De tanto pensarmos em nós mesmos, acabamos por nos ensimesmar e, nos atiramos em dolorosa solidão. Contrariando todas as leis da vida, que nos estimula à sociabilidade, à vida em rede, em comunhão; conosco, com o outro e com Deus. 

Insistir no egoísmo é, perdoe-me a expressão, burrice nossa. É atitude infantil de quem não enxerga, mais do que a si mesmo, no espelho da vida. Foi uma opção nossa, como disse, que há milênios, de rebeldia nossa, vem nos trazendo um grande conforto externo, por nos dar coisas, quase sempre materiais, mas tem nos tirado preciosos momentos de paz e, de harmonia interior.

Vale a pena ter tanto e, não ter um "tostão" de paz íntima, para se superar um conflito, mínimo que seja?

Em nossas perdas diárias, por que estamos tão arraigados ao materialismo, temos a sensação de perder nossa alma. Um pouco de atenção nossa e, veríamos que, na vida, nada se perde... tudo se transforma.

Não perdemos pessoas... elas partem em busca de evolução.
Não perdemos emprego... ganhamos novos rumos e novas oportunidades de aproveitar nosso trabalho.
Não perdemos um grande amor... ganhamos a chance de vivermos, sem estarmos presos à alguém; a sermos livres, íntegros e inteiros.

O que não podemos perder é, a chance de viver bem; de estarmos, realmente, bem conosco. Pobres ou ricos,  temos o dever pessoal de estarmos quites com a nossa consciência. Coisa esta, que requer muito esforço de superação, disciplina, vontade e ação de fazer o bem, sempre.

Não podemos perder a oportunidade de dar a nossa contribuição à vida. Não serão os anjos, os santos, os milagres ou o acaso, que virá ao nosso alcance. Nós sim, é que devemos seguir nesse rumo. Sem esperar por facilidade que não virão da parte de Deus, que nos dá apenas de Sua grande Misericórdia, que é abundante e, nos emula a amar, amar e, sempre amar.

Então, agora que tudo isto já nos informa, nos resta saber bem. Aplicar a nossa mínima sabedoria a bem de nós mesmos.

Sem vagar, sem pressa. diuturnamente, até o dia em que podemos dizer para nós mesmos: hoje, fiz tudo ao meu alcance, para o meu mundo interior e derredor, na pessoa do meu próximo, para que ele pudesse estar melhor do que estava antes. Nas palavras de Teresa de Calcutá, mensageira da caridade na Terra.

E, nessa lembrança tão encorajadora, Deus nos abençoe a vontade de servir.


Muita Paz!
Vosso irmão,
Cláudio


Psicografado por Erick Nogueira, no "Momentos de Esperança", em 14 de janeiro de 2011, no Grupo Espírita Esperança, Camaragibe - PE.

*Segundo a Wikipedia, "Física (do grego antigo: φύσις physis "natureza") é a ciência que estuda a natureza e seus fenômenos em seus aspectos mais gerais. Analisa suas relações e propriedades, além de descrever e explicar a maior parte de suas consequências. Busca a compreensão científica dos comportamentos naturais e gerais do mundo em nosso torno, desde as partículas elementares até o universo como um todo. Com o amparo do método científico e da lógica, e tendo a matemática como linguagem natural, esta ciência descreve a natureza através de modelos científicos. É considerada a ciência fundamental, sinônimo de ciência natural: as ciências naturais, como a química e a biologia, têm raízes na física. Sua presença no cotidiano é muito ampla, sendo praticamente impossível uma completíssima descrição dos fenômenos físicos em nossa volta. A aplicação da física para o benefício humano contribuiu de uma forma inestimável para o desenvolvimento de toda a tecnologia moderna, desde o automóvel até os computadores quânticos." Acesso em 16 de novembro de 2013.

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