"Não se trata de biblismo místico e dogmatizante, longe disso. Mas de descobrir, pelo estudo profundo dos fundamentos doutrinários e por uma visão progressista da cultura espírita, o quanto a hermenêutica pode adquirir uma explanação confortadora e luminosa, motivadora de uma vivência saudável. Esse estudo, seguido de uma meditação, em ambientes apropriados de nossos centros espíritas, constituirá lídimas iniciativas de maturidade espiritual, será alento imprescindíveis à nossa caminhada, será o mergulho na intimidade donde extrairemos refazimento e sintonia com as forças superiores da vida.
A questão decisiva é a vivência." - Cícero Pereira

"Evangelho: ética para o Terceiro Milênio" - Seara Bendita - Wanderley Oliveira/Maria José C. Soares de Oliveira, Editora Dufaux

sábado, 21 de dezembro de 2013

Limites e superações


Qual o limite da Vida?

Para uns, o nascer e o morrer.  Para outros, de um lado o nada e, doutro lado, o nada. Para outro o céu, ou outra forma edênica, que, nos leva a imaginar um local de origem, agradável, que nos foi obrigado deixar. E deixamos para vir à vida, na qual estamos; para aqueles que creem na realidade espiritual, é claro.

E, com estes que creem, é que conversamos. Deixando aos que não creem em sua paz de pensar na forma que os couber.
Como disse, nos dirigimos aos crentes e aos aprendentes da vida em sua face dupla e complementar. Porque, simplesmente, a consideramos inseparável.

A vida começa em algum ponto. Mas começa onde? Quando? Na teoria do Big Bang, aceita pela ciência, houve uma grande explosão que deu origem a tudo o que vemos no Universo. Para a biologia, a vida começa na concepção, onde há o encontro do espermatozoide com o óvulo. Para o campo do direito civil, a vida começa no nascimento. E, termina na lavratura da certidão de óbito.

Só para termos, três pequenos exemplos de percepções de limites que o simples termo vida pode ter para nós, encarnados na mesma sociedade, no mesmo período de tempo – o hoje –, e  vivendo experiências ao mesmo lado .

Os limites são importantes, por que assinalam as bordas de começo e fim das coisas. E, são importantes na percepção e na consciência.

Limites orgânicos e físicos, tem a nossa pele que nos separa dos meios interno e externo. Limites intra e extra-celulares separam as células e formam os tecidos do nosso corpo. 

Limites formam fronteiras. Limites esbarram em mares, montanhas, rios ou outros aspectos geográficos, que, limitam e modelam: cidades, estados, países e continentes.

Qual limite do céu? Qual o limite de uma escavação no solo?
E, aqui, esbarramos na questão das possibilidades de seguir ou continuar. Para o céu, teríamos o espaço exterior com sua “atmosfera” imprópria à vida, a não ser em roupas e equipamentos próprio dos astronautas. O limite do solo é a perfuração que alcança a possibilidade de alguns quilômetros e, não mais que isso, pela falta de equipamentos, ou de recursos técnicos mais complexos para o intento.

Mas esbarrar em limites é uma forma de usar a inteligência para aprender a superá-los. Os limites só servem para que possamos superá-los.
Não há uma só limitação na Terra, seja pessoal, social, econômica, etc., que não possa ser superada no intuito do aprimoramento.

A superação da mendicância é a equanimidade das leis que regem a sociedade. A superação de uma limitação física é o otimismo de perceber-se capaz de ser melhor, apesar de.
Dificuldades, problemas, desencontros, mágoas e conflitos existenciais são todos superáveis a todo aquele que se situe em terreno de otimismo e de autoestima adequada.

Na Vida, não existem privilégios eternos, aquele que hoje possui, amanhã poderá não ter. Aquele que não tem hoje, pode mais tarde ter. Tudo é fluxo e, nada nos pertence neste mundo. Só temos o que edificamos em nós mesmos: valores, espiritualidade e inteligência. Todas as outras conquistas, apesar de nos brilharem aos olhos, são conquistas passageiras e, passam de mão em mão durante a vida.

Então, quais são os nossos limites?
O que é que eu posso? O que não posso ou não quero fazer?
O que me limita? Por que me dou tantos limites? Ou, espero que os outros os deem?

Quase sempre abdicamos de nossa capacidade de inteligir, de pensar por nós mesmos. E, nos pomos a ser marionetes de opiniões, escravos da moda, das observações e critérios de análise dos outros. E, logo estamos reféns de limites e, de limitações, que, não sendo nossas se afirmam nas que temos.

Respeitar, ouvir com atenção, considerar com bom senso, o que nos diz alguém. É proposta saudável. Mas limitar-se a ouvir “gurus” ou “vozes” que representam a “verdade” todo o tempo, é desconsidera-se ser pensante e, capaz de, por si, buscar superar-se.

E, nesse esforço de superação aprendemos muito. E, todos nós temos algo a superar: uma timidez, uma familiar difícil, um trabalho não bem remunerado, a má vontade de estudar, os achaques da idade e, tantos outros pequenos pontos, aparentemente, insuperáveis que nos convidam, dia a dia, a sermos melhores, mais aptos e capazes.

Todos nós temos desafios. E, nem todos, nos cabe a possibilidade de solucioná-los a sós, ou de todo. Há coisas, que, não nos cabe dar solução. E, aqui se apresentam os limites próprios da complexidade do existir.

O que não devemos é nos limitar nos limites e limitações.

Precisamos aprender um novo modo de fazer, de contornar, de superar, de fazer diferente ou, de não fazer, na busca de superação e, de auto superação que a vida nos coloca.

Vós sois deuses”, nos diria Jesus. Na certeza de nossas possibilidades e, no limite-ótimo que precisamos alcançar – o de deuses, os quais todos somos.

Muita Paz a todos, 
Cláudio




Psicografado por Erick Nogueira, em 18 de janeiro de 2011, no "Momentos de Esperança", no Grupo Espírita Esperança - GESPE, Camaragibe - PE.

Nenhum comentário: